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Breves considerações sobre Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise

  • Dani Bonachela
  • 21 de jan. de 2023
  • 4 min de leitura

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Por se tratar a Psicanálise de uma área que se ocupa do estudo da saúde mental, assim como a psicologia e a psiquiatria, é comum que ocorram alguns equívocos entre essas profissões, sendo importante estabelecer algumas distinções, tanto no aspecto de estudo, quanto de metodologia.


Certo é que a terapia se coloca como uma prática fundamental para o autoconhecimento do indivíduo, sendo certo também que o mundo seria um lugar infinitamente melhor se as pessoas aprendessem a conhecer a si próprias com algum grau de profundidade, tornando os relacionamentos humanos sensivelmente mais fáceis e harmônicos. Mas como saber qual profissional buscar diante das várias opções?


O psicólogo é um profissional graduado em um curso superior de psicologia, com formação de cinco anos e que precisa ter seu registro no Conselho Regional de Psicologia (CRP) para que possa exercer a profissão. O profissional de psicologia não é um médico e, portanto, não tem permissão legal para receitar medicamentos aos seus pacientes. Psicólogos trabalham basicamente com a intervenção psicológica, sendo ela por meio da orientação, diálogo e aconselhamento. Ainda, a formação em psicologia pode se desdobrar em diversas linhas, inclusive a psicanálise, e o psicólogo pode, por exemplo, fazer psicodiagnósticos, orientação vocacional, psicoterapia, tratamento de fobias e atuar em muitas outras áreas.


O campo de atuação da psicologia é bastante amplo, podendo o psicólogo atuar em escolas, empresas, clínicas, hospitais e, na grande maioria das vezes, eles são procurados para atender pessoas que estão passando por algum tipo de transtorno comportamental, como crises emocionais, luto, problemas no trabalho ou relacionamentos, depressão, fobia e outros casos.


Pode-se dizer que o psicólogo é, por excelência, o profissional encarregado de estudar o comportamento humano, fazendo análises por meio da observação e também da interação para tentar diagnosticar, prevenir e tratar doenças relacionadas ao sistema emocional. Mas quando percebe que o paciente precisa usar medicamentos, como antidepressivos, ele o encaminha para um psiquiatra.


O psiquiatra é o único dos três profissionais que é médico, que fez sua graduação em medicina e, posteriormente, especializou-se em psiquiatria. Essa formação dura cerca de nove a dez anos e não poderia ser diferente, uma vez que ele é o profissional habilitado para tratar doenças mentais e prescrever medicamentos.


Durante sua especialização, o psiquiatra deve passar pelos setores de neurologia, emergências, clínica médica e outras para que possa aprender, na prática, tratar o paciente como um todo, física e emocionalmente, sendo seu trabalho consideravelmente mais abrangente.


A psicanálise, por sua vez, é um método terapêutico que surgiu no século XX, proposto pelo médico neurologista Sigmund Freud, com o objetivo de entender o funcionamento da mente humana, em especial com relação aos indivíduos que padeciam com sofrimento mental.


Para ser um psicanalista, não é necessário ter formação em psicologia ou medicina, podendo o psicanalista ser graduado, inclusive, em áreas distintas das que cuidam da saúde mental. A formação em psicanálise acontece através de cursos livres com duração média de dois a três anos, mas com estudos constantes ao longo da carreira profissional. Na realidade, percebe-se que um bom psicanalista se forma ao longo da vida, com décadas de estudo e prática, sempre observando o tripé da psicanálise, qual seja: o estudo da TEORIA, para aprender o conteúdo técnico e os conceitos essenciais da obra de cada autor; a ANÁLISE, imprescindível ao seu autoconhecimento e, finalmente, através da SUPERVISÃO, acompanhamento e orientações de um psicanalista mais experiente.


O papel do psicanalista é estudar o inconsciente. Assim, de forma bastante simplificada, faz parte do trabalho do psicanalista, embrenhar-se no plano inconsciente do indivíduo e buscar por sonhos, lembranças e símbolos, por meio de algumas técnicas específicas, como por exemplo, a associação livre, de forma a possibilitar uma melhor compreensão sobre esse indivíduo e, com o decorrer do processo, se torná-lo capaz de superar traumas, dores, medos e outros tipos de transtornos.


Assim como a do profissional de psicologia, a área de atuação do psicanalista é bastante ampla, podendo o psicanalista atuar em consultórios, clínicas médicas, hospitais, postos de saúde, ONGs, varas judiciais, sistema penitenciário, indústrias, setor de RH, escolas, etc.


De modo geral, um indivíduo procura por um psicanalista quando deseja ampliar o seu autoconhecimento, compreender suas angústias, pensamentos e ações e, desta forma, trabalhar seus processos mentais com foco em uma maior qualidade de vida. Emoções e sentimentos do indivíduo são investigados e assim, ele consegue conhecer um pouco mais sobre seu inconsciente e encontrar respostas para transpor suas dores e sofrimentos.


Em média, uma sessão de psicanálise pode durar cerca de 50 minutos e ter uma frequência de 1 a 5 encontros semanais, favorecendo ao profissional chegar ao inconsciente do indivíduo e manter a conexão mais vívida. Certo é também, que uma convivência mais frequente contribui sensivelmente para que o paciente se sinta mais à vontade e se abra mais sobre os fatos de seu cotidiano, favorecendo resultados mais favoráveis e positivos. Ao final do tratamento, é possível dizer que o psicanalista tem êxito quando o paciente passa a lidar com as coisas do dia a dia de maneira mais tranquila e sem os fantasmas do passado que tanto o perseguiram até então.

 
 
 

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